Onde estão seus pais?
Nunca estudei na USP. Sequer passei perto de algum dos seus campi. Conheço-a, como a grande maioria dos brasileiros pela imprensa e pelo prestigio que desfruta. Também pela imprensa acompanho os protestos e invasão do prédio da reitoria por alguns estudantes em defesa de colegas que consumiam maconha dentro de seus limites e contra a presença da policia militar. Segundo a imprensa também, o prédio foi ocupado por cerca de 100 alunos. Isso representa aproximadamente 0,13% dos alunos da instituição.
Dito isso tenho algumas indagações. Que tipo de estudantes são esses que tem tanta dificuldade em aceitar uma decisão democrática como foi a aprovação do convênio com a PM. A imensa, a esmagadora maioria está feliz com a diminuição dos furtos em até 90%. Como podem fazer uma manifestação e terem vergonha de assumi-la, visto que escondem seus rostos com camisas e lenços, cenas vistas corriqueiramente no alto dos morros onde traficantes são os protagonistas. Seriam as mesmas pessoas? Ou são uma pequena parcela de ingênuos insignificantes que se deixam levar por aqueles que têm interesse em ver o policiamento afastado? Se consumo e tráfico de drogas são crimes no Brasil o que esses estudantes pensam em defender? Colocarão essa invasão ridícula em seus currículos profissionais no futuro. Terão fotos suas, encapuzados, penduradas na parede de seus escritórios com a inscrição “Eu defendo os maconheiros da USP”?
É bem lógico pensar que nenhum desses estudantes trabalha, senão já teriam sido demitidos de seus empregos. Se não trabalham alguém os sustenta. Óbvio, não vivem de ventos revolucionários. O mais provável é que sejam sustentados por seus pais, talvez alguns avós ou outros parentes próximos. Então, outra pergunta: Onde estão seus pais? Assistindo a tudo pela televisão? Estarão se regozijando – “Essa é a minha menina, tão cedo e já defendendo seus direitos.” Que pais são esses? São coniventes ou não tem autoridade moral para trazer seus filhos de volta para casa? Mais uma questão: Ficar sem banho ou escovar os dentes até é aceitável para um revolucionário, mas sem comer não. De onde está vindo o dinheiro para comprar comida, bebida e maconha? Estão pedindo esmolas? - “Tio, dá um dinheirinho aí prá comprar um baseado.”
Universidade, faculdade e escola são lugares feitos para o estudo, para formação acadêmica, para se construir ética e profissão. Pode ser que pensar assim é utópico, mas também não é lugar para fumar maconha e cheirar cocaína. Pensamento de velho? Pode ser, já estou próximo dos 50 anos. Mas isso não me tira a razão.
Na imprensa também vi alguns cartazes tentando disfarçar os motivos da revolta: - “Ditadura” – “ Fora, reitor” – e mais algumas bobagens. Quem não aceita a decisão de uma maioria pode falar em ditadura? E para finalizar, um pensamento para o grupo que lá está: - Você quer estudar na melhor universidade do país? Então estude! Você quer fumar um baseado, bem sossegado? Faça isso na sala de sua casa, seus pais não vão se importar.